TODAS AS PROPOSTAS SEGUEM O PADRÃO DO ENEM 2012
PROPOSTA
DE REDAÇÃO - 01
Com base na leitura
dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação,
redija
texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o
tema A Terra que deixaremos para nossos descendentes,
apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Nossos passos sobre a Terra
Caminhar na praia oferece um misto de sensações reconfortantes.
Pisar na areia macia, respirar a brisa carregada de oxigênio e ter a certeza de
que o mar vai apagar nossos passos depois. Isso tudo, provavelmente, faz parte
de uma experiência ancestral. Foi andando pela orla marítima que um pequeno
grupo de antepassados nossos aventurou-se para fora da África pela primeira
vez, há cerca de 50 mil anos.
Alimentando-se de peixes, mariscos e frutos do litoral do Oceano
Índico e do Mar Mediterrâneo, eles seguiram adiante. Geração após geração,
exploraram os recursos daquelas terras generosas. O grupo inicial, de umas 150
pessoas, cresceu e se multiplicou. Hoje somos 6 bilhões de humanos. E nossa
caminhada deixa para trás rastros que o planeta não consegue mais limpar.
10 ameaças e uma esperança
1. Contaminação dos alimentos. O uso de fertilizantes e pesticidas
na agricultura cresceu mais de 350% entre 1961 e 2002. São mais de 141 milhões
de toneladas no mundo todo. Por enquanto, a agricultura orgânica representa
menos de 1% da produção na maioria dos países.
2. Invasões biológicas. Organismos fora de seu habitat
desequilibram o meio ambiente. Os mexilhões-zebra da China, trazidos por
navios, invadiram os rios e lagos das Américas, entupindo canos. Causam bilhões
de dólares em prejuízo. A proliferação de algas exóticas do mar, chamada de
maré vermelha, afeta a pesca.
3. Perda de biodiversidade. A caça e o desmatamento afetam a
biodiversidade do planeta. Calcula-se que 16.118 espécies, entre aves,
mamíferos e anfíbios estejam ameaçadas de extinção.
4. Poluição do ar. Todo ano, as indústrias lançam na
atmosfera cerca de 100 milhões de toneladas de enxofre. Ele causa uma chuva
ácida que afeta a agricultura e a saúde.
5. Falta de água. A erosão e o uso inadequado estão secando
alguns dos principais rios do planeta, como o Amarelo, na China, e o Colorado,
, nos Estados Unidos. Em média, 18% da população mundial tem de andar mais de 1
quilômetro a pé para buscar água.
6. Efeito estufa. Uma mistura de gases poluentes produzidos
por indústrias, automóveis e queimadas está levando a Terra a acumular mais
calor do Sol. Nos próximos cem anos, a temperatura média deverá subir entre 1,4
e 5,8 graus Celsius. O derretimento das geleiras e a expansão térmica da água
farão o mar subir até 25 metros.
7. Lixo. Cada pessoa produz entre 300 gramas e 1 quilo de
lixo por dia. Mas alguns países contribuem mais. Em 2003, somente os Estados
Unidos geraram 236 milhões de toneladas apenas em lixo doméstico. O índice de
reciclagem ainda não é o bastante.
8. Epidemias. O aumento da temperatura do planeta e os
fluxos migratórios de pessoas e animais fazem crescer a ameaça de epidemias.
Desde 2003, foram registrados 252 casos de gripe aviária, com 148 mortos. Outra
preocupação é com a malária.
9. Desmatamento. Se continuar o ritmo atual, em 2090 não
haverá mais matas nativas. Nos últimos 5 anos, sumiram mais de 36 milhões de
hectares de florestas no mundo. O desmatamento no Norte da China é tão intenso
que agrava inundações nas cidades da região.
10. Trânsito. A produção mundial de veículos cresceu 3,2% em
2005. O total de carros de passeio chegou a 600 milhões. Isso fora os 220
milhões de veículos comerciais. Um estudo nos EUA mostrou que os
congestionamentos custam US$ 8 bilhões em combustível desperdiçado. Camada de
ozônio. A recuperação da camada de ozônio na atmosfera é um exemplo de como os
países conseguem remediar um problema global. A emissão de gases de
refrigeradores e sprays, conhecidos como CFCs, danificou a capa de ozônio que
protege a Terra dos raios solares cancerígenos. Diante do alarme científico, em
1987, os principais países assinaram o Protocolo de Montreal, para banir
gradualmente os CFCs. Em 2003, os cientistas mediram, pela primeira vez, o
início da recuperação da camada de ozônio.
A jornada humana no planeta provocou uma crise ambiental sem
precedentes. Mas ela também pode ser uma chance para darmos um novo salto
evolutivo.
(Época, 16/ 10/ 06 - adaptado)
INSTRUÇÕES:
·
O
rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
·
O texto
definitivo deve ser escrito à tinta, na folha apropriada, em até 30
linhas.
·
A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada
“insuficiente” e receberá nota zero.
·
A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo
argumentativo receberá nota zero.
·
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para o
efeito de correção.
PROPOSTA DE REDAÇÃO - 02
Com base na leitura
dos textos motivadores seguintes e nos conhecimentos construídos ao longo de
sua formação,
redija texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A intolerância em xeque
,
apresentando proposta de conscientização social que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos
e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Num restaurante de classe
média, pessoas torcem o nariz e pagam a conta antecipadamente, sem concluir a
refeição, porque na mesa ao lado senta-se um casal negro, com uma filha e um
filho adolescentes. Ninguém comenta ou reclama de que se trata de uma
demonstração criminosa de racismo, não comprovável mas evidente. A adolescente
discriminada põe-se a chorar e pede aos pais para irem embora também. A família
comemorava ali o 14º aniversário dela.
Uma mulher decide sair
de um casamento infeliz e pede a separação. O marido, que certamente também não
está feliz, recusa qualquer combinação amigável e quer uma separação litigiosa.
As duas filhas moças tomam o partido do pai, como se de repente a mãe que delas
cuidara por mais de vinte anos tivesse se transformado em alguém desprezível,
irreconhecível e inaceitável. Nenhuma das duas lhe pergunta os seus motivos;
ninguém deseja saber de suas dores; nenhuma das duas jovens mulheres lhe dá a
menor chance de explicação, o menor apoio. Parece-lhes natural que, diante de
um passo tão grave da parte de quem as criara, educara, vestira, acarinhara e
acompanhara devotadamente por toda a vida, fosse negado qualquer apoio, carinho
e respeito.
Os casos se multiplicam,
são muito mais cruéis do que estes, existem em meu bairro, em seu bairro. Nossa
postura diante do inesperado, do diferente, raramente é de atenção, abertura,
escuta. Pouco nos interessam os motivos, o bem, as angústias e buscas, direitos
e razão de quem infringe as regras da nossa acomodação, frivolidade ou egoísmo.
Queremos todos os privilégios para nós, a liberdade, a esperança. Para os
outros, mesmo se antes eram muito próximos, queremos a imobilidade, a
distância. Cassamos sem respeitar os seus direitos humanos mais básicos. A
intolerância, que talvez não conste no índex das religiões mais castradoras, é
com certeza um feio pecado capital. Do qual talvez nenhum de nós escape, se
examinarmos bem.
(Lya Luft. Veja,
15.12.2004. Adaptado.)
Texto 2
Entrevista com Zilda
Márcia Gricoli, historiadora e diretora-executiva do Laboratório de Estudos da
Intolerância da Universidade de São Paulo (USP), que investiga e discute o tema
em todas suas vertentes.
Qual a proposta do Laboratório de Estudos da
Intolerância?
Trata-se de um centro
multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP) que investiga todos os
dilemas da intolerância, seja ela política, religiosa, cultural, sexual.
Incluímos também o que chamamos de tolerância ao intolerável: prostituição
infantil e massacres de populações indígenas e de rua, por exemplo. Trabalhamos
ainda com os direitos dos animais. Refletindo sobre a forma como os homens os
tratam, descobrimos como eles agem em relação aos seres humanos. Faremos um
grande seminário sobre o assunto, aberto ao público.
Dê exemplos da intolerância no Brasil.
Não toleramos o pobre,
por exemplo. Pobre é lixo, não queremos ver, queremos jogá-los fora. Pode ser
índio, negro, branco. Em São Paulo, há praças que contam com o banco
“antimendigo”, com braçadeiras especiais, que não permitem que ninguém durma
ali. Gradearam chafarizes para que a população não tome banho. Tudo para
“limpar” a cidade dos pobres. Como se eles fossem responsáveis pela sujeira.
É possível desenvolver a tolerância?
Sim. A intolerância é
totalmente cultural. A cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da
espécie. Ela tem esse objetivo, que é a proteção da vida, e não a destruição. A
autonomia cultural não pode ir além da vida humana. Quando a cultura se
apropria da negação do outro, é preciso uma intervenção.
(http://planetasustentavel.abril.com.br.
Adaptado.)
Texto 3
Fascismo, comunismo,
nazismo e todos os outros ismos totalitários produziram ao longo dos tempos
algumas das mais pavorosas cenas de intolerância perpetradas pelo homem contra
alguém que ele julga diferente. “Fogueiras, patíbulos, decapitações, guilhotinas,
fuzilamentos, extermínios, campos de concentração, fornos crematórios,
suplícios dos garrotes, as valas dos cadáveres, as deportações, os gulags, as
residências forçadas, a Inquisição e o índex dos livros proibidos”, descreveu o
jurista italiano Italo Mereu, são algumas das mais bárbaras manifestações de
ódio adotadas por quem julga “possuir a verdade absoluta e se acha no dever de
impô-la a todos, pela força”. A praga da intolerância só atinge esse patamar de
perversidade quando um outro valor já não vigora mais há muito tempo: a
democracia. É mais ou menos assim que as coisas funcionam. Aniquila-se a
democracia em nome de um ideal revolucionário que promete semear a liberdade e
o fim da opressão dos mais fracos. Essa é a promessa, mas o que se colhe jamais
é a libertação, apenas abuso e intolerância. Numa primeira fase, o abuso é
interno e concentrado contra os inimigos políticos do regime. Depois, todos se
tornam inimigos em potencial e até a delação de vizinhos vira uma arma de
controle social. Na fase seguinte, surgem as guerras contra os inimigos
externos.
(Amauri Segalla. Veja,
16.04.2003. Adaptado.)
INSTRUÇÕES:
·
O
rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.
·
O texto
definitivo deve ser escrito à tinta, na folha apropriada, em até 30
linhas.
·
A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada
“insuficiente” e receberá nota zero.
·
A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo
argumentativo receberá nota zero.
·
A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do
Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para o
efeito de correção.
Nas férias se divirta bastante, mas não esqueça de passar por aqui e produzir bons textos!
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