Guia do estudante - redação - enem 2012

GUIA DO PARTICIPANTE

1. APRESENTAÇÃO
Caro participante,
Você está se preparando para realizar o Enem 2012, constituído de quatro provas objetivas e uma prova de redação.
A prova de redação exigirá de você a produção de um texto em prosa, do tipo dissertativo- -argumentativo, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Os aspectos a serem avaliados relacionam-se às “competências” que você deve ter desenvolvido durante os anos de escolaridade. Nessa redação, você deverá defender uma tese, uma opinião a respeito do tema proposto, apoiada em argumentos consistentes estruturados de forma coerente e coesa, de modo a formar uma unidade textual. Seu texto deverá ser redigido de acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa e, finalmente, apresentar uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos.
TEMA
Redação no Enem
TESE
Redação no Enem
ARGUMENTOS
Redação no Enem
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
A seguir vamos esclarecer algumas dúvidas sobre o processo de avaliação:
Quem vai avaliar a redação?
O texto produzido por você será avaliado por, pelo menos, dois professores, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.
Como a redação será avaliada?
Os dois professores avaliarão seu desempenho de acordo com os seguintes critérios:
Competência 1: Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita.
Competência 2: Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento, para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Competência 3: Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
Competência 4: Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
Competência 5: Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
Como será atribuída a nota à redação?
Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 (zero) e 200 (duzentos) pontos para cada uma das cinco competências, e a soma desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1000 pontos. A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.
O que é considerado “discrepância”?
Considera-se discrepância a divergência de notas atribuídas pelos avaliadores quando:
diferirem, no total, por mais de 200 (duzentos) pontos
ou
for superior a 80 (oitenta) pontos em qualquer uma das competências.
Qual a solução para o caso de haver “discrepância” entre as duas avaliações iniciais?
??A redação será avaliada, de forma independente, por um terceiro avaliador. ??A nota final será a média aritmética das duas notas totais que mais se aproximarem.
E se a discrepância ainda continuar depois da terceira avaliação?
A redação será avaliada por uma banca composta por três professores, que atribuirá a nota final do participante.
Quais as razões para se atribuir nota 0 (zero) a uma redação?
A redação receberá nota 0 (zero) se apresentar uma das características a seguir:
fuga total ao tema
não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa
texto com até 7 (sete) linhas
impropérios, desenhos ou outras formas propositais de anulação
desrespeito aos direitos humanos (desconsideração da Competência 5); e
folha de redação em branco, mesmo que tenha sido escrita no rascunho.
IMPORTANTE!
Para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas, a cópia parcial dos textos motivadores ou de questões objetivas do caderno de prova acarretará a desconsideração do número de linhas copiadas.
IMPORTANTE!
Procure escrever sua redação com letra legível, para evitar dúvidas no momento da avaliação.
IMPORTANTE!
O título é um elemento opcional na produção da sua redação.
Como será avaliada a redação de participantes surdos ou com deficiência auditiva?
Serão adotados mecanismos de avaliação coerentes com o aprendizado da Língua Portuguesa como segunda língua, de acordo com o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005.
Como será avaliada a redação de participantes com dislexia?
Serão adotados mecanismos de avaliação que levem em conta questões linguísticas específicas relacionadas à dislexia.
2. DETALHAMENTO DA MATRIZ DE CORREÇÃO POR COMPETÊNCIA
Apresentamos, a seguir, o detalhamento das cinco competências a serem avaliadas na sua redação. Nosso objetivo é explicitar os critérios de correção utilizados, de modo a ajudá-lo a se preparar para o Exame. Cada uma dessas competências envolve um aspecto específico na construção do seu texto.
2.1 Competência 1 – “Demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita”
A primeira competência a ser avaliada no seu texto é o domínio do padrão escrito formal da língua.
Você já aprendeu que as pessoas não escrevem e falam do mesmo modo, uma vez que são processos diferentes, cada qual com características próprias adequadas ao contexto de uso. Na escrita formal, por exemplo, deve-se evitar o emprego repetido de palavras, como “e”, “aí”, “daí”, “então”, próprias de um uso mais informal, para relacionar ideias.
Por isso, para atender a essa exigência, você precisa ter consciência da distinção entre modalidade escrita e oral, bem como entre registro formal e informal.
Outra diferença entre as duas modalidades diz respeito à constituição das frases.
No registro oral informal, elas são muitas vezes fragmentadas, já que os interlocutores podem complementar as informações com o contexto em que o diálogo ocorre, mas, no registro escrito formal, as frases precisam ter as informações completas, porque o leitor não conta com os dados da situação.
A entoação, recurso expressivo importante da oralidade, e as pausas, que conferem coerência ao texto, são muitas vezes marcadas, na escrita, por meio dos sinais de pontuação. Por isso, as regras de pontuação assumem também essa função lógica de organização do texto.
Na redação do seu texto, você deve procurar ser claro, objetivo, direto; empregar um vocabulário mais variado e preciso do que o que utiliza quando fala e seguir as regras prescritas pela norma padrão da Língua Portuguesa.
Além disso, o texto dissertativo-argumentativo, por seu caráter formal, exige que alguns requisitos básicos sejam atendidos.
Requisitos básicos do texto dissertativo-argumentativo
ausência de marcas de oralidade e de registro informal
precisão vocabular
obediência às regras gramaticais de
concordância nominal e verbal
regência nominal e verbal
pontuação
flexão de nomes e verbos
colocação de pronomes átonos
grafia das palavras
acentuação gráfica
emprego de letras maiúsculas e minúsculas; e
divisão silábica na mudança de linha (translineação).
ATENÇÃO! Seguem algumas inadequações do uso linguístico ao registro formal escrito que são penalizadas na Competência 1.
Desvios mais graves:
falta de concordância do verbo com o sujeito (com sujeito antes do verbo)
períodos incompletos, truncados, que comprometem a compreensão
graves problemas de pontuação
desvios graves de grafia e de acentuação (letra minúscula iniciando frases e nomes de pessoas e lugares); e
presença de gíria.
Desvios graves:
falta de concordância do verbo com o sujeito (com sujeito depois do verbo ou muito distante dele)
falta de concordância do adjetivo com o substantivo
regência nominal e verbal inadequada (ausência ou emprego indevido de preposição)
ausência do acento indicativo da crase ou seu uso inadequado
problemas na estrutura sintática (frases justapostas sem conectivos ou orações subordinadas sem oração principal)
desvios em palavras de grafia complexa
separação de sujeito, verbo, objeto direto e indireto por vírgula; e
marcas da oralidade.
Desvios leves:
ausência de concordância em passiva sintética (exemplo: uso de “vende-se casas” em vez de “vendem-se casas”); e
desvios de pontuação que não comprometem o sentido do texto.
Os quadros a seguir apresentam os cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 1 das redações do Enem 2012:

200 pontos

O participante demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal, excluem a redação da pontuação mais alta.

160 pontos

O participante demonstra bom domínio da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita. Assim, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a redação receba essa pontuação, desde que não se repitam regularmente no texto. Assim, o participante que realizar poucos desvios leves ou pouquíssimos desvios graves pode receber essa pontuação.

120 pontos

O participante demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando alguns desvios gramaticais graves e de convenções da escrita, ou muitos desvios leves. Assim, há certos desvios que ocorrem em várias partes do texto, revelando que um ou mais aspectos da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a redação receba essa pontuação, desde que não configurem falta de domínio absoluto do padrão da linguagem escrita formal. Assim, o participante que realizar alguns desvios graves ou gravíssimos, ou muitos desvios leves, pode receber essa pontuação.

80 pontos

O participante demonstra domínio mediano da norma padrão, apresentando grande quantidade de desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além de presença de marcas de oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem em várias partes do texto, revelando que muitos aspectos importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. O participante que realizar muitos desvios graves ou gravíssimos, mas não apresentar desestruturação sintática em excesso, receberá essa pontuação.

40 pontos

O participante demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita, além de presença de gírias e marcas de oralidade. Assim, há certos desvios graves que ocorrem de forma sistemática no texto, revelando que muitos aspectos importantes da norma padrão ainda não foram incorporados aos seus hábitos linguísticos. O participante que realizar muitos desvios gravíssimos de forma sistemática, acompanhados de desestruturação sintática em excesso, receberá essa pontuação.

0 ponto

O participante demonstra desconhecimento total da norma padrão, de escolha de registro e de convenções da escrita.
2.2 Competência 2 – “Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo”
O segundo aspecto a ser avaliado no seu texto é a compreensão da proposta de redação e a utilização de seus conhecimentos de mundo para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo.
Ou seja, é preciso que você elabore um texto que apresente, claramente, uma tese a ser defendida e os argumentos que justifiquem a posição assumida por você em relação à temática levantada pela proposta de redação, mantendo-se nos limites do tema. Nesse aspecto, um tema constitui a essência das ideias sobre as quais a tese se organiza. Em âmbito mais abrangente, o assunto recebe uma delimitação através do tema. Ou seja, um assunto pode ser abordado por diferentes temas.
Seguem algumas recomendações para essa elaboração:
a) leia com atenção a proposta da redação e os textos motivadores, para compreender bem o que está sendo solicitado
b) evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentados apenas para despertar uma reflexão sobre o tema e não para limitar sua criatividade
c) não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas para despertar seus conhecimentos sobre o tema
d) reflita sobre o tema proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e quais os argumentos que vai utilizar para defendê-lo; e) reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema, procurando organizá- las em uma estrutura coerente para usá-las no desenvolvimento do seu texto
f) desenvolva o tema de forma consistente, de modo que o leitor possa acompanhar o seu raciocínio facilmente, o que significa que a progressão textual é fluente e articulada com o projeto do texto
g) lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal; h) examine, com atenção, a introdução e a conclusão para ver se há coerência entre o início e o fim
i) utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo
j) evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema proposto; e
k) mantenha-se dentro dos limites do tema proposto, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: fuga total ao tema ou fuga parcial ao tema.
Vamos aproveitar o tema da redação do Enem 2011 para explicar essa diferença.
Redação no Enem
O tema proposto no exame de 2011 foi “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”. Esse tema vincula-se ao assunto mais amplo “Tecnologia” e envolve a discussão sobre a privacidade no uso da internet na vida cotidiana, sob a forma das redes sociais.
Isso comprova que o tema proposto é um recorte do assunto Tecnologia, sob o ponto de vista da “inserção da informática na vida cotidiana”, que poderia gerar também outros temas, como “A influência do telefone celular nas relações interpessoais”, “O comércio eletrônico via Web”, “Inclusão digital e a mudança de hábitos de leitura” e “Hackers e crimes cibernéticos”.
Para desenvolver o tema proposto, o participante deveria abordar o uso das redes sociais, tais como MSN, Orkut, Twitter e Facebook, discutindo a questão da privacidade – quais os pontos positivos e negativos da exposição da vida pessoal que hoje ocorrem devido aos avanços tecnológicos.
Vários argumentos poderiam ser empregados para apresentar os pontos positivos ou negativos do relacionamento interpessoal que se dá por intermédio das redes sociais, como, por exemplo, a possibilidade de fazer novos amigos e reencontrar outros, além de casos de violência virtual, como o cyber bullying. A redação deveria, portanto, problematizar as consequências dessa exposição excessiva que torna a vida privada cada vez mais pública e os riscos decorrentes dessa exposição, procurando defender uma tese, um ponto de vista a esse respeito. Ao final da redação, o participante deveria propor uma solução para a discussão apresentada, tendo em vista o respeito aos direitos humanos. Qualquer que fosse a opinião sobre as redes sociais e os argumentos utilizados, o participante precisaria, para atender plenamente ao tema proposto, focalizar o limite entre o público e o privado.
O que é tangenciar o tema?
Considera-se tangenciamento ao tema a abordagem parcial, ou marginal, do tema dentro do assunto. Assim, se a redação abordar outros aspectos relacionados à inserção da informática na vida cotidiana, como inclusão digital, internet de um modo geral, referindo-se de forma superficial e paralela às redes sociais e à questão da privacidade, poderá ser considerada como fuga parcial ao tema, ou tangenciamento.
Isso ocorre porque o autor partiu do assunto “tecnologia” (levando-se em conta que “assunto” é mais amplo do que “tema”) sem focalizar plenamente o tema “redes sociais e privacidade”. O tema foi abordado, portanto, apenas parcialmente, de maneira marginal, superficialmente. O tangenciamento também ocorrerá se a redação abordar a questão da privacidade sem relacioná-la às redes sociais ou se confundir a distinção entre público x privado com governamental x particular, gratuito x pago.
O que é a fuga total ao tema?
A abordagem de um tema completamente diferente do que foi proposto, não chegando sequer a tangenciá-lo, será considerada fuga total ao tema, sendo atribuída nota 0 (zero) à redação, mesmo que dentro do mesmo assunto, considerado no nível mais amplo. Por exemplo, dentro do assunto tecnologia, a não consideração dos limites entre o público e o privado na questão dos avanços em hardware, como tablets e smartphones, será considerada fuga ao tema. Será considerada também fuga ao tema a abordagem de temas relacionados a outros assuntos, como meio ambiente, saúde ou educação.
O que é um texto dissertativo-argumentativo?
O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo que se organiza na defesa de um ponto de vista sobre determinado assunto. Nele, a opinião é fundamentada com explicações e argumentos, para formar a opinião do leitor ou ouvinte, tentando convencê-lo de que a ideia defendida está correta.
É preciso, portanto, expor e explicar ideias. Daí a sua dupla natureza: é argumentativo porque defende uma tese, uma opinião, e é dissertativo porque se utiliza de explicações para justificá-la.
Seu objetivo é, em última análise, convencer ou tentar convencer o leitor mediante a apresentação de razões, em face da evidência de provas e à luz de um raciocínio coerente e consistente.
A sua redação atenderá às exigências de elaboração de um texto dissertativo-argumentativo se combinar dois princípios de estruturação:
I – apresentar uma tese, desenvolver justificativas para comprovar essa tese e uma conclusão que dê um fecho à discussão elaborada no texto, compondo o processo argumentativo.
TESE – É a ideia que você vai defender no seu texto. Ela deve estar relacionada ao tema e deve estar apoiada em argumentos ao longo da redação.
ARGUMENTO – É a justificativa utilizada por você para convencer o leitor a concordar com a tese defendida. Cada argumento deve responder à pergunta “por quê?” em relação à tese defendida.
II – utilizar estratégias argumentativas para expor o problema discutido no texto e detalhar os argumentos utilizados.
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS – São recursos utilizados para desenvolver os argumentos, de modo a convencer o leitor:
exemplos
dados estatísticos
pesquisas
fatos comprováveis
citações ou depoimentos de pessoas especializadas no assunto
alusões históricas; e
comparações entre fatos, situações, épocas ou lugares distintos.
ATENÇÃO!
Um texto dissertativo difere de um texto dissertativo-argumentativo por não haver a necessidade de demonstrar a verdade de uma ideia, ou tese, mas apenas de expô-la. Você deve evitar elaborar um texto de caráter apenas dissertativo, ou seja, expor um aspecto relacionado ao tema sem defender uma posição, sem defender uma tese. Isso não atenderá às exigências para avaliação dessa competência.
Por exemplo, para desenvolver um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema “Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado”, você poderia desenvolver:
Tese:
O excesso de exposição da vida privada nas redes sociais pode ter consequências graves, como situações de violência cibernética.
Argumentos:
1. explicação sobre o que é violência cibernética
2. dados de pesquisas que comprovam a tese
3. exemplos de situações de violência, como o cyber bullying
4. depoimento de especialista no assunto; e
5. contra-argumento: aspectos positivos das redes sociais.
Proposta de intervenção:
Alertar os jovens, por meio de campanhas, tanto na escola, por professores, como em casa com os familiares, sobre os perigos da superexposição nas redes sociais.
ATENÇÃO!
A não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa será apenada com a nota 0 (zero) na redação, mesmo que a redação atenda às exigências dos outros critérios de correção. Você não pode, portanto, elaborar um poema ou reduzir o seu texto à narração de uma história. No processo argumentativo, você poderá dar exemplos de acontecimentos que justifiquem a tese, mas o texto não pode se reduzir a uma narração, por esta não apresentar a estrutura de organização textual solicitada.
Os quadros a seguir apresentam os cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 2 das redações do Enem 2012:

200 pontos

O participante desenvolve muito bem o tema, explorando os seus principais aspectos. A redação contém uma argumentação consistente, revelando excelente domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo. Isso significa que o texto está estruturado, por exemplo, com: uma introdução, em que a tese a ser defendida é explicitada; argumentos que comprovam a tese distribuídos em diferentes parágrafos; um parágrafo final com a proposta de intervenção funcionando como uma conclusão. Além disso, os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.

160 pontos

O participante desenvolve bem o tema, mas não explora os seus aspectos principais. Desenvolve uma argumentação consistente e apresenta bom domínio do tipo textual dissertativo-argumentativo, mas não apresenta argumentos bem desenvolvidos. Os argumentos defendidos não ficam restritos à reprodução das ideias contidas nos textos motivadores nem a questões do senso comum.

120 pontos

O participante desenvolve de forma adequada o tema, mas apresenta uma abordagem superficial, discutindo outras questões relacionadas. Desenvolve uma argumentação previsível e apresenta domínio adequado do tipo textual dissertativo- -argumentativo, mas não apresenta explicitamente uma tese, detendo-se mais no caráter dissertativo do que no argumentativo. Reproduz ideias do senso comum no desenvolvimento do tema.

80 pontos

O participante desenvolve de forma mediana o tema, apresentando tendência ao tangenciamento. Desenvolve uma argumentação previsível a partir de argumentos do senso comum, de cópias dos textos motivadores, ou apresenta domínio precário do tipo textual dissertativo-argumentativo, com argumentação falha ou texto apenas dissertativo.

40 pontos

O participante desenvolve de maneira tangencial o tema, detendo-se em tema vinculado ao mesmo assunto, o que revela má interpretação do tema proposto. Apresenta inadequação ao tipo textual dissertativo-argumentativo, com repetição de ideias e ausência de argumentação. Pode ocorrer também a elaboração de um texto de base narrativa, com apenas um resquício dissertativo – por exemplo, contar uma longa história e, no final, afirmar que ela confirma uma determinada tese.

0 ponto

O participante desenvolve texto que não contempla a proposta de redação: desenvolve outro tema e/ou elabora outra estrutura textual que não a dissertativo-argumentativa – por exemplo, faz um poema, descreve algo ou conta uma história.
2.3 Competência 3 – “Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista”
O terceiro aspecto a ser avaliado no seu texto é a forma como você selecionou, relacionou, organizou e interpretou informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista defendido como tese. Ou seja, é preciso que você elabore um texto que apresente, claramente, uma ideia a ser defendida e os argumentos que justifiquem a posição assumida por você em relação à temática levantada pela proposta de redação. Além disso, é necessário que as ideias desenvolvidas no texto correspondam aos conhecimentos de mundo relacionados ao tema.
Essa Competência trata da inteligibilidade do seu texto, ou seja, de sua coerência, da possibilidade de ele ser entendido pelo leitor, correspondendo ao seu conhecimento do mundo. Está, pois, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação.
O leitor “processa” esse texto, e é levado a refletir a respeito das ideias nele apresentadas.
A inteligibilidade da sua redação depende, portanto, dos seguintes fatores:
relação lógica entre as partes do texto, criando unidade de sentido
precisão vocabular
progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi planejada e que as ideias desenvolvidas são pouco a pouco apresentadas, em uma ordem lógica; e
adequação entre o conteúdo do texto e o mundo real.
O que é coerência?
A coerência é a relação que se estabelece entre o texto e os conhecimentos dos interlocutores, garantindo a construção do sentido de acordo com as expectativas do leitor. Está, pois, ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação dos sentidos do texto. O leitor “processa” esse texto e é levado a refletir a respeito das ideias nele contidas; pode, em resposta, reagir de maneiras diversas: aceitar, recusar, questionar, até mesmo mudar seu comportamento em face das ideias do autor, compartilhando ou não a sua opinião.
Resumindo: na organização do texto dissertativo-argumentativo, você deve procurar atender às seguintes exigências:
apresentação clara da tese e seleção dos argumentos que a sustentam
encadeamento lógico das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações novas, coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições ou saltos temáticos
congruência entre as informações do texto e do mundo real; e
precisão vocabular.
Os quadros a seguir apresentam os cinco níveis de desempenho que serão utilizados para avaliar a Competência 3 das redações do Enem 2012:

200 pontos

O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, configurando autoria, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão ou proposta que mantenha coerência com a opinião defendida na redação.

160 pontos

O participante seleciona, organiza e relaciona informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto de forma consistente, em defesa de seu ponto de vista. Explicita a tese, seleciona argumentos que possam comprová-la e elabora conclusão ou proposta que mantenha coerência com a opinião defendida na redação. Entretanto, os argumentos utilizados são previsíveis. Não há cópia de argumentos dos textos motivadores.

120 pontos

O participante apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos pertinentes ao tema proposto, porém os organiza e relaciona de forma pouco consistente em defesa de seu ponto de vista. As informações são aleatórias e desconectadas entre si, embora relacionadas ao tema. O texto revela pouca articulação entre os argumentos, que não são convincentes para defender a opinião do autor.

80 pontos

O participante apresenta informações, fatos e opiniões pouco articulados ou contraditórios, embora pertinentes ao tema proposto. O texto que se limitar a reproduzir os argumentos constantes na proposta de redação, em defesa de um ponto de vista, também receberá essa pontuação.

40 pontos

O participante não defende ponto de vista, ou seja, não apresenta opinião a respeito do tema proposto. Informações, fatos, opiniões e argumentos são pouco relacionados ao tema proposto e também são pouco relacionados entre si, ou seja, não se articulam de forma coerente.

0 ponto

O participante apresenta informações, fatos, opiniões e argumentos incoerentes ou não apresenta um ponto de vista.
2.4 Competência 4 – “Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários à construção da argumentação”
Os aspectos a serem avaliados nesta Competência dizem respeito à estruturação lógica e formal entre as partes do texto. Como todo texto é o resultado de um encadeamento de ideias, na hora de elaborar a sua redação é necessário que você tenha sempre presente que seu texto será o resultado da combinação de um conjunto de ideias associadas em torno de uma ideia a ser defendida: a tese. Cada parágrafo será composto de um ou mais períodos também articulados; cada ideia nova precisa estabelecer relação com as anteriores.
Assim, na produção da sua redação, você deve utilizar inúmeros recursos linguísticos que garantam as relações de continuidade essenciais à elaboração de um texto coeso.
Na avaliação dessa competência, será considerado o seguinte aspecto:
Encadeamento textual – A organização textual exige que as frases estabeleçam entre si uma relação que garanta a sequenciação lógica do texto e a interdependência entre as ideias. Esse encadeamento pode ser expresso por conectores, por itens lexicais, ou pode ser inferido a partir da articulação dessas ideias. Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são responsáveis pela coesão do texto, porque estabelecem uma inter-relação entre orações, frases e parágrafos.
Para garantir a coesão textual, devem ser observados determinados princípios em diferentes níveis:
Estruturação dos parágrafos – Um parágrafo é uma unidade textual formada por uma ideia principal à qual se ligam ideias secundárias. No texto dissertativo-argumentativo, os parágrafos podem ser desenvolvidos por comparação, por causa-consequência, por exemplificação, por detalhamento, entre outras possibilidades.
Estruturação dos períodos – Pela própria especificidade do tipo dissertativo- -argumentativo, o período do texto é, normalmente, um período complexo, formado por duas ou mais orações, para que se possam expressar as ideias de causa-consequência, contradição, temporalidade, comparação, conclusão, entre outras.
Referenciação – As referências a pessoas, coisas, lugares, fatos são introduzidas e, depois, retomadas, à medida que o texto vai progredindo. Esse processo pode ser expresso por pronomes, advérbios, artigos ou vocábulos de base lexical, estabelecendo relações de sinonímia, antonímia, hiponímia, hiperonímia, uso de expressões resumitivas, expressões metafóricas ou expressões metadiscursivas.
RECOMENDAÇÕES
Procure utilizar as seguintes estratégias de coesão para se referir a elementos que já apareceram anteriormente no texto:
a) substituição de termos ou expressões por pronomes pessoais, possessivos e demonstrativos, advérbios que indicam localização, artigos
b) substituição de termos ou expressões por sinônimos, antônimos, hipônimos, hiperônimos, expressões resumitivas ou expressões metafóricas
c) substituição de substantivos, verbos, períodos ou fragmentos do texto por conectivos ou expressões que resumam e retomem o que já foi dito; e
d) elipse ou omissão de elementos que já tenham sido citados anteriormente ou sejam facilmente identificáveis.

Redação de Mary Clea Ziu Lem Gun, Barueri (SP).



Cidadania virtual
   Assistimos hoje ao fenômeno da expansão das redes sociais no mundo virtual, um crescimento que ganha atenção por sua alta velocidade de propagação, trazendo como consequência, diferentes impactos para o nosso cotidiano. Assim, faz-se necessário um cuidado, uma cautelosa discussão a fim de encarar essa nova realidade com uma postura crítica e cidadã para então desfrutarmos dos benefícios que a globalização dos meios de comunicação pode nos oferecer.
   A internet nos abre uma ampla porta de acesso aos mais variados fatos, verbetes, imagens, sons, gráficos etc. Um universo de informações de forma veloz e prática permitindo que cada vez mais pessoas, de diferentes partes do mundo, diversas idades e das mais variadas classes sociais, possam se conectar e fazer parte da grande rede virtual que integra nossa sociedade globalizada. Dentro desse contexto as redes sociais simbolizam de forma eficiente e sintética como é o conviver no século XXI, como se estabelecem as relações sociais dentro da nossa sociedade pós-industrial , fortemente integrada ao mundo virtual.
   Toda a comodidade que a rede virtual nos oferece é, no entanto, acompanhada pelo desafio de ponderar aquilo que se publica na internet, ficando evidente a instabilidade que existe na tênue linha entre o público e o privado. Afinal, a internet se constitui também como um ambiente social que à primeira vista pode trazer a falsa ideia de assegurar o anonimato. A fragilidade dessa suposição se dá na medida em que causas originadas no meio virtual podem sim trazer consequências para o mundo real. Crimes virtuais, processos jurídicos, disseminação de ideias, organização de manifestações são apenas alguns exemplos da integração que se faz entre o real e o virtual.
   Para um bom uso da internet sem cair nas armadilhas que esse meio pode eventualmente nos apresentar, é necessária a construção da criticidade, o bom senso entre os usuários da rede, uma verdadeira educação capaz de estabelecer um equilíbrio entre os dois mundos, o real e o virtual. É papel de educar tanto das famílias, dos professores como da sociedade como um todo, só assim estaremos exercendo de forma plena nossa cidadania.





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